Ana Carolina Freire de Castro França - Bárbara da Silva
Fernandes -Carolina Tomari Capetti
Porto - Eduardo de Andrade - Hugo Rodrigues Marins - Isabela Moreira Silva -
Luana Maria de Matos Calzavara - Patrícia da Silva Lima Moreira - Simone
Freitas Nepomuceno Campos
Turma 2010 - Gerência em Saúde
Andreza Silva Pereira - Gabriel Coelho de Mendonça - Gabriel
da Costa Gomes - Gabriella Pinheiro Alves de Freitas - Guilherme da Silva
França - Mariana Araújo Neves Lima - Pedro Antonio Vieira Pereira - Rafael
Fortunato Lisboa Rosa - Railane Pereira de Sant'ana - Raquel dos Santos Machado - Rebecca Leão de Paula Bose
Madureira (Faltou) - Victor Aranha Coppola (Faltou)
Turma 2010 - Vigilância em Saúde
Guilherme Ribeiro da Costa - João Pedro Souza de Oliveira - Kelvin
Parente de Lima (Faltou) - Michael Jordan Teixeira Morouço Silva (Faltou) - Priscilla do
Nascimento Costa da Silveira - Rodrigo Penido Lima - Shirlene Feitoza da
Fonseca - Thamires Andrade dos Santos - Thyago Machado da Silva
Turma 2010 - Gerência em Saúde e Vigilância em Saúde
Na manhã do último dia de 1999, uma equipe de filmagens sobe o Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro. Lá existem duas favelas, Chapéu Mangueira e Babilônia, as únicas situadas na orla de Copacabana e cujos moradores podem acompanhar ao vivo o reveillon de Copacabana. Durante 12 horas, as câmeras da equipe de filmagens acompanham os preparativos locais para o reveillon, assim como ouve os moradores locais a fim de saber as expectativas deles para o ano 2000 e para que possam fazer um balanço de suas vidas.
Resenha: Mariana Siracusa (Turma 2008)
O documentário mostra o último
dia do ano de 1999, na virada do milênio nas comunidades Chapéu Mangueira e
Babilônia, acompanhando o último dia de alguns moradores e quais eram suas
expectativas para o próximo ano. Essas duas favelas são as únicas de Copacabana
onde acontece, na praia, a famosa queima de fogos na virada do ano e talvez
esse tenha sido um dos motivos para a escolha dos locais.O diretor Eduardo
Coutinho e sua equipe sobem o morro para retratar um fragmento da sociedade, a
partir de um ponto de vista muito peculiar e característico do diretor. Pois
ele acredita que as coisas devem ser mostradas como elas são ou como as pessoas
que fazem, queiram que elas sejam. É comum no seus filmes, aparecerem coisas
que seriam editadas como por exemplo microfone;imagens fora de foco;
enquadramento mal feito e tudo mais que é considerado sujeita,mas que transmite
uma realidade( no sentido de verdade, não editado) maior.
Para não entrar na discussão de
realidade no cinema, a qual é muito complexa e nem é o meu objetivo aqui,
falarei sobre o documentário em si. Ele dá uma visão diferente daquela que
estamos acostumados a ver, pois essa visão de favela e morro dado no
documentário é a visão dos moradores que sem querer, ao longo da entrevista,
acabam entrando nesses assuntos como violência, religião, política e a própria
visão de cinema , e gravação que as pessoas tem. Por exemplo, umas das
entrevistadas pergunta se ela precisa se arrumar, se o filme vai passar nos EUA
e quando o Coutinho responde que não ela pergunta afirmando( se isso for
possível) se ele( o diretor) quer pobreza.Repare que ela e todos esses
moradores entrevistados tem a exata noção da posição social que a sociedade os
coloca e como ela lida de maneira tão natural com essa situação.Nessa cena isso
fica evidente.
Outro aspecto notável é como o
diretor consegue direcionar a conversa de uma maneira tão sutil, mas ao mesmo
tempo sem manipular os fatos e as falas das pessoas, fazendo com que elas falam
coisas do cotidiano e que são tratadas sem o menor sensacionalismo por parte do
diretor. Isso pode até parecer tendencioso, mas como o documentário é linear,
ou seja foi gravado e editado na ordem dos acontecimentos, não há maneira de
agrupar ou de direcionar muito o olhar, mesmo todo o documentário sendo um
ponto de vista.
Nos últimos momentos do filme,
aparece à queima de fogos e tudo que o filme queria mostrar parece que estava
ali, sendo sintetizado naquele momento: a simplicidade das pessoas, a
‘naturalidade’ diante das câmeras e diante de uma equipe que naquele momento
passou a fazer parte da família das pessoas que estavam presentes. Na ultima
cena, um senhor convida as pessoas para conhecerem a favela, para que haja uma
maior interação entre asfalto e o morro.Isto nos revela como aquelas pessoas que
moram na favela e que por vezes são padronizadas e até mesmo julgadas de
maneira inconsciente e preconceituosa são pessoas comuns como eu e você que
passam pelas mesmas dificuldades , sentem as mesmas alegrias e tristezas e que
só querem um pouco mais de espaço numa sociedade excludente e preconceituosa.
“Uma aranha fiava sua teia
próxima à cama da avó (Nokomi). Todos os dias a avó observava a aranha
trabalhar. Um dia, o neto entrou e, ao ver a aranha na teia, pegou uma pedra
para matá-la, mas a avó não deixou. O garoto achou estranho, mas respeitou o
desejo dela. A velha mulher voltou-se para observar mais uma vez o trabalho do
animal e, então, a aranha falou: ‘Obrigada por salvar minha vida. Vou dar-lhe
um presente por isso. Na próxima Lua nova, vou fiar uma teia na sua janela.
Quero que você observe com atenção e aprenda como tecer os fios, pois esta teia
vai servir para capturar todos os maus sonhos e as energias ruins. O pequeno
furo no centro vai deixar passar os bons sonhos e fazê-los chegarem até você’.Quando a Lua chegou, a avó viu a aranha
tecer sua teia mágica e, agradecida, não cabia em si de felicidade pelo
maravilhoso presente: ‘Aprenda’, dizia a aranha. Finalmente, exausta, a avó
dormiu. Quando os primeiros raios de sol surgiram no céu, ela acordou e viu a
teia brilhando como jóia graças às gotas de orvalho capturadas nos fios. A brisa
trouxe penas de pomba que também ficaram presas na teia, dançando alegremente
e, por último, um corvo pousou na teia e deixou uma longa pena pendurada. Por
entre as malhas da teia, o Pai Sol sorria alegremente. E a avó, feliz, ensinou
todos da tribo a fazerem os filtros de sonhos. E até hoje eles vêm afastando os
pesadelos de muita gente”.